Conciliação e Mediação como Método Alternativo em Resoluções de Conflitos
A sensação de ineficácia da Justiça brasileira, atualmente, está fortemente presente na população como um todo. Isto por que, uma vez judicializado, certo conflito passa por um longo processo que, por ser altamente burocrático e, consequentemente, lento, por muitas vezes causa uma grande sentimento de insatisfação para todos os envolvidos, inclusive os "vencedores" da Ação Judicial.
No entanto, diante de um conflito, as pessoas se vêem sem opção a não ser a judicialização da causa com o objetivo de um terceiro, estranho ao conflito, decida qual é a melhor saída.
Na mediação e conciliação, a figura do mediador/conciliador, em contraposição à figura do juiz de direito, não está presente na mediação/conciliação para impor uma solução criada e aceita por ele mesmo para o conflito, mas sim para facilitar o dialogo entre as partes. Fazendo, assim, com que as mesmas possuam condições para elaborar a melhor saída para o conflito em que se encontram.
Com essência de ciência humana, a conciliação/mediação trata de relações humanas, ou melhor ainda, de seus conflitos, assim trataremos de algumas técnicas de comunicação e linguagem que são muito úteis no desenvolvimento de suas atuações.
A recontextualização consiste na técnica de o mediador/conciliador apresentar o conflito sobre uma nova ótica otimista, provocando uma nova percepção do contexto pelos envolvidos que resultará numa melhor determinação do objeto do conflito.

O mediador/conciliador pode, ainda, identificar propostas implícitas, além das posições expressamente expostas pelas partes. Determinando seus interesses não colocados o mediador/conciliador consegue produzir opções que tentam satisfazer os referidos interesses ocultos para, finalmente, acondicionar as questões e interesses das parte gerando um acordo real, ou seja, um acordo de fato exequível pelas partes, resguardando seu adimplemento.
O afago também é uma técnica muito eficaz durante uma mediação/conciliação, uma vez que, ao expressar-se positivamente diante de uma atitude colaborativa da parte, o mediador/conciliador, além de estimular atitudes da mesma natureza de todos os envolvidos, também aproxima a parte da solução cooperativa.
Outra técnica é o espelhamento. Este consiste na imitação da linguagem verbal e não verbal da parte pelo mediador/conciliador, ou ao contrario. Assim o mediador/conciliador força uma mudança de postura ou perspectiva da parte.
Por fim, a escuta ativa, trata-se de uma técnica indispensável à negociação, uma vez que é de extrema importância entender os pontos apresentados pela outra parte, assim como é indispensável que a o outro se sinta compreendido no momento em que você estiver apresentando seus argumentos.
Conforme Roger Fisher e William Ury, em sua obra “Como chegar ao Sim”, comprovam uma boa escuta as seguintes técnicas: “prestar atenção no que está sendo dito; pedir à outra parte que detalhe, de forma clara e cuidadosa, exatamente o que deseja transmitir; e pedir que as ideias sejam repetidas, caso haja qualquer ambiguidade ou dúvida”.
Deve-se salientar que a escuta ativa vai além da linguagem verbal, devendo ser utilizada toda forma de comunicação com o objetivo de esclarecer os sentimentos subjacentes, compreendendo os significados das palavras, identificando o motivo de seu uso.

Gino Paulucci Netto
Sócio Fundador
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